segunda-feira, 5 de maio de 2014

1º dia: quarta-feira, 26/03/2014, Vitória x Guarulhos

Voamos TAM, às 18:26 h, partindo de Vitória, ES. Chegamos em Guarulhos às 20:00 h e tentamos fazer o
check-in para o voo do dia seguinte mas não foi possível: teríamos que esperar virar o dia calendário! Então pegamos o micro-ônibus que faz o translado até o hotel que escolhemos, o Monreale, bem próximo ao aeroporto: diária com translados de e para o aeroporto e café da manhã = R$168). Feito o check-in, subimos para nosso quarto, comemos os sanduiches que havíamos preparado em Vitória, acompanhados por água mineral e uma latinha de cerveja, ambos do frigobar do hotel, e fomos dormir.

2º dia: quinta-feira, 27/03/2014, Guarulhos x Lima

Nosso voo, também pela TAM, partiria às 7:30 h. Acordamos às 4:30 h, descemos e tomamos um ótimo café da manhã. Check-out feito, pegamos o translado das 5:30 h (havíamos reservado quando fizemos o check-in). Então embarcamos e decolamos no horário. Passada 1:30 a tripulação serviu sanduiches quentes, sucos, refrigerantes e café. Às 10:30 h, horário local (são 2 horas a menos de diferença) aterrissamos. Trocamos US$50 na casa de câmbio existente dentro do aeroporto: 1 dólar americano = 2,65 soles. Negociamos um táxi no saguão: 50 soles até o “apart”, em Miraflores (o taxista havia pedido 60!). Achamos o endereço do Studio Apart Miraflores, reservado pelo site booking.com (*).


Foi só sairmos do aeroporto para levarmos um susto: o trânsito é caótico, todo mundo buzina o tempo todo, inacreditável!

Quase não acreditamos quando chegamos e observamos a fachada do prédio de 3 pavimentos onde ele fica: é horrível! Em todo caso toquei a campainha do apartamento 42 e uma voz feminina me atendeu. Ela me pediu um tempinho e, 10 minutos depois, Janete, a proprietária, desceu. Mary subiu para ver como é que era... São 3 andares de escadas, não tem ar condicionado, só um ventilador pequeno. Parece que ela mora ali (ela não citou isso!) e sai quando aluga para alguém ... Enfim: NÃO DAVA PARA FICAR ALI! Resolvemos dormir SOMENTE esta noite no imóvel.

(*) Nosso pecado foi alugá-lo com base somente nas fotos, na descrição, no endereço e no preço que está no booking.com: como não havia comentários de nenhum ex-usuário, por estar cadastrado há pouco tempo, julgamos que seria uma boa opção para nos acomodarmos em Lima. Posteriormente deixei meus comentários no site, citando isto tudo e não recomendando a ninguém este “apart”!

Negociamos com a Janete e seu filho, Rodrigo, e cancelamos as demais 3 noite em que ficaríamos ali. Os travesseiros fediam a suor. O chão do banheiro nunca viu uma faxina. Eles concordaram com o cancelamento (se não, teríamos que pagar esta diária: o cancelamento só pode ser feito, sem custo, com 24 horas de antecedência). Pagamos os US$42 contratados para uma noite, nos entregaram as chaves e combinamos de devolvê-las no dia seguinte, 10:00 h da manhã. A janela do quarto, integrado com um balcão de bar, uma pia e um pequeno fogão de 2 bocas, tem um armário e uma cama de casal, dá para uma avenida movimentadíssima. O trânsito é intenso e caótico: os motoristas buzinam incessantemente, o dia inteiro!

Deixamos as malas, descemos e saímos para comer algo. Trocamos mais alguns dólares com um daqueles senhores com jaleco azul, na rua: 1 dólar = 2,8 soles. Paramos no “Crepes & Waffles”: Mary pediu uma salada mediterrânea e eu um crepe de espinafre e queijo, ambos muito saborosos. Tomei uma cerveja local, “Cristal”, Mary um suco. Pagamos 60 soles, com a propina (gorjeta).

crepe de espinafre e queijo


salada mediterrânea
Voltamos para o “Studio” e pesquisamos no booking.com outro local para nos hospedarmos. Achamos a Casa Bella B & B, a 100 m da orla, também em Miraflores: US$52 por noite, com café da manhã, onde reservamos os outros 3 dias de nossa estada em Lima.

Resolvido o problema, fomos caminhando até a orla e encontramos um shopping center, o “Larcomar”, grande e moderno, e resolvemos conhecê-lo. 

Larcomar
Já era noite e, depois de perambular bastante por ele, resolvemos voltar para o “apart”. No caminho paramos numa loja de souvenires e comprei uma garrafinha de pisco, a bebida típica de lá. Paramos, ainda, no restaurante “Tanta”, um dos que pertence ao famoso gastrônomo peruano “Gaston Astúrio”, onde comemos uma tortilla e um mix de salsichas, presunto, ovo mexido e batatas fritas, acompanhados com 4 molhos. Tomamos 2 cervejas locais “Cusqueña”. Pedi uma 3ª, mas não trouxeram. Como já havíamos acabado de comer, pedimos a conta. E veio a cobrança de 3 cervejas... Chamei o garçon e expliquei-lhe, mas ele teimou comigo que eu tinha pedido a 3ª e ele tinha trazido! Depois de algumas idas e vindas ao caixa e à cozinha, ele trouxe a conta correta e pediu desculpas pela falha.  Pagamos 63 soles.


tortilla 
mix de salsichas, presunto, ovo mexido e batatas fritas
Voltamos caminhando ao "studio", subimos os 3 andares, tomamos banho e tentamos dormir...

3º dia: sexta-feira, 28/03/2014, Lima

Acordamos e descemos para tomar café numa padaria muito ajeitada do outro lado da avenida. Eram 6:45, eu estava acordado desde às 4:00 h e a atendente nos informou: “café só a partir das 7:15 h...” Atravessamos a rua de novo e descobrimos que, no pavimento térreo do prédio do “apart”, havia um restaurante “local” no lado direito e uma padaria bem simples do lado esquerdo! Nela pedimos 2 cafés (vieram duas xícaras grandes de um café preto saboroso!), 2 pães franceses e um queijo “mantecoso”: uma bolinha com umas 150 g, mais ou menos. Sentamos numa mesa, (havia umas 8), uma atendente nos trouxe os cafés, açúcar e adoçante, uma cestinha com os pães, o queijo e uma faca. Comemos e compramos mais 2 pães. Tudo custou 10,70 soles.

Voltamos ao “studio”, arrumamos as malas e enviei uma mensagem por e-mail solicitando a Janete se
Casa Bella B & B
poderia vir mais cedo, pois já estávamos prontos para partir. Por volta das 9:00 h ela chegou e trouxe um ajudante para carregar as malas até lá embaixo. Descemos, nos despedimos, ela pediu mil desculpas pela situação e dissemos a ela que faltou muita informação na página do “
apart” no booking.com, o que ela respondeu que havia enviado muito mais coisas do que aquilo que estava publicado. E nada mais dissemos... Ela nos acompanhou até a esquina para tomarmos um táxi, mas parou um automóvel velho e o motorista se recusou a negociar. Como havíamos visto no googlemaps que a Casa Bella ficava a 1,8 km de onde estávamos, resolvemos ir caminhando, rebocando as 2 malas que levamos, mochilas às costas...

Chegamos ao B & B em mais ou menos uns 40 minutos de caminhada, tranquila. Fomos muito bem recebidos, a pousada é muito arrumadinha, só que nosso quarto ficava no 3º andar! Perguntamos se era possível nos mudar para o 2º mas, naquele dia, todos os quartos estavam ocupados. Subimos, deixamos as malas e voltamos para a rua, agora para ir ao Mercado Municipal e ao mercado “Polvos Azules”, este de material esportivo, roupas, etc, grande parte de origem “genérica”, se é que podemos assim dizer... A recepcionista nos forneceu um mapa e as indicações de como chegar lá.

E lá fomos nós, caminhando até o Mercado Municipal, que eu, como apaixonado por gastronomia, faço questão de conhecer em todas cidades onde vou. Este de Lima deixou muito a desejar, apesar de ter um tamanho razoável. Entretanto eles não prezam pela limpeza, o que compromete a imagem e até a segurança em comprar algo, como alimentos e bebidas. Entramos e saímos rapidamente e fomos procurar as lojas de artesanatos que existem próximas. Entramos numas 4 e os produtos oferecidos são mais ou menos os mesmos: agasalhos de lã de alpaca, artesanato em madeira e em latão, t-shirts, etc. 

Aí deu vontade de tomar um sorvete e fomos ao
Rincón Chami
encalço de uma “
geladeria” nas imediações. Não encontramos nada que nos animasse, porém, ao passarmos por uma rua estreita, paralela a avenida principal, vimos um toldo azul e os seguintes dizeres: “La mejor comida peruana de Lima!”. Não tivemos dúvida: a fome “bateu”, entramos e nos acomodamos numa mesa. O restaurante chama-se “Rincón Chami” e deu para perceber que é frequentado pelos “locais”. O garçon trouxe o cardápio, um tanto quanto já desgastado, apesar de plastificado, e vi nele: “mondonguitos”! Chamei-o e perguntei se estávamos falando de estômago de boi (bucho ou dobradinha, como nós conhecemos...). Ele me disse que era isto mesmo, então não deu outra: peça um para mim, por favor! Mary pediu uma salada especial “Chami”, um “PF” que vinha com verduras frescas e fatias de abacate, da qual ela gostou muito. Eu também adorei os “mondonguitos”: o “PF” era servido com arroz e
mondonguitos
papas” fritas, além de salada. Coloquei um pouco do molho de pimenta (“aji”) que estava sobre a mesa, mas é muito forte... Tomei uma cerveja “Cusqueña” supergelada e Mary também. Pagamos 50 soles, com a propina!

Sabíamos que pelo sistema de transporte urbano “BRT”, o “Metropolitano”, como eles chamam, poderíamos chegar ao nosso destino. Estávamos na estação Ricardo Palma do BRT onde iríamos embarcar e o guarda de segurança nos disse que teríamos que adquirir um cartão plástico (“tarjeta”) para acessar o sistema e que este cartão somente é vendido numa loja no centro da cidade! Uma senhora, então, nos ajudou: demos a ela 4  soles e ela “carregou” o seu cartão com este valor. Já carregado, passou o cartão na catraca, Mary entrou, passou de novo, eu entrei e depois passou mais uma vez e ela entrou! Pronto, resolvido mais um problema, com a ajuda dos “limeños”, muito prestativos.

Dali seguimos rumo à estação Estádio Municipal, de onde andamos mais 6 quarteirões até chegar ao
Polvos Azules”. Trata-se de um imenso centro comercial que fica dentro de um enorme galpão, com 3 pavimentos, sendo que no subsolo e no 1º estão produtos à venda em centenas de pequenos boxes, com tudo pendurado, exposto e com muitas cores. Comprei um casaco impermeável (da marca Columbia, por 90 soles) e Mary 2 camisas Lacoste, que são fabricadas no Peru mesmo, por 28 soles cada, além de uma mochila “Nike” (60
soles). No 2º pavimento fica uma área de alimentação, mas não nos animamos a utilizá-la... A higiene e a limpeza também passaram longe!

 A próxima incursão seria no “Parque das Águas” que, segundo as
Parque das Águas
informações, é um espetáculo imperdível. Atravessamos a via que fica em frente ao mercado e entramos num parque. Achamos estranho porque sabíamos que teríamos que pagar para entrar e, neste, não era preciso: descobrimos que estávamos no parque errado, que o que queríamos visitar estava 6 quarteirões mais abaixo... Andamos até ele e, próxima aos portões, há uma “praça de alimentação”, onde existe uma sorveteria! Então, aquele “gelado”, que queríamos tomar pela manhã, tomamos neste momento! Muitos sabores, entre frutas, chocolate e outros.
Pagamos 4 soles cada um para entrar no parque. E é realmente E-S-P-E-T-A-C-U-L-A-R o que os esguichos, fontes e chafarizes fazem com as águas, ao som de música clássica! Há, também, brincadeiras, como a fonte que forma um túnel e passa-se por dentro dele sem se molhar! Ou os esguichos que ficam no chão e que a criançada adora: à medida que tentam se esquivar, a água sobe e molha-os, o que os diverte muito!

Supermercado Vivanda
Estávamos cansados e resolvemos passar em um supermercado, comprar algo para beliscar e uma garrafa de vinho para acompanhar, no quarto da pousada. Assim fizemos: saltamos do BRT próximo ao Supermercado Vivanda, muito bom. Compramos um pedaço de queijo EDAM, 200 g de um mix de presuntos e outros frios cortados em pedaços pequenos, pão ciabata, água mineral e um vinho branco peruano, Tabernero, da uva chenin blanc.


Chegamos à pousada e a recepcionista nos informou que poderíamos mudar de quarto, para o 2º pavimento, no dia seguinte. Ótimo, dissemos, “y muchas gracias”! Subimos, tomamos banho, ceiamos e fomos dormir. No dia seguinte nos aguardava outro périplo!

4º dia: sábado, 29/03/2014, Lima

Acordamos não muito cedo, depois de uma noite bem dormida! Quando descemos para o café da manhã a recepcionista nos disse que nosso novo quarto estaria pronto em alguns minutos. Assim que terminamos de comer, subimos, pegamos as malas e nos acomodamos no quarto nº 203, com vista para a rua e o mar!

Na recepção buscamos informações de como ir até o Palácio das Armas, assistir a troca da guarda que,
conforme informações, é um bonito espetáculo. A recepcionista marcou tudo no mapa que havia nos dado no dia anterior e, ainda, emprestou-nos um cartão do BRT (tarjeta), para carregarmos com as passagens que iríamos usar para, depois, devolver ao hotel! Achamos muito simpático este gesto!

Dirigimos-nos para a estação Ricardo Palma do BRT, carregamos a “tarjeta” com 4 passagens (8 soles) e embarcamos. Descemos na estação Central, onde fica o hotel Marriot, chiquérrimo! E é onde está localizada uma das “Oficinas de Turismo” da cidade e se conseguem informações diversas sobre o assunto. No saguão veio um senhor, funcionário do hotel, nos atender. Pedimos um mapa, ele nos conseguiu um exemplar e anotou nele as direções para onde deveríamos ir.

Plaza de Armas
O sol estava “tenso”, mas, mesmo assim, caminhamos umas 5 quadras até a “Plaza de Armas”. A cerimônia acontece todos os dias ao meio-dia e já estava quase na hora quando chegamos. Primeiro entra uma banda formada por militares toca algumas músicas. Um pouquinho antes do meio-dia um oficial mais graduado aparece lá dentro na entrada do prédio e dá a “Ordem do Dia”. Entram em cena, então, 2 grupos de uns 20 soldados cada um: um, calça branca e jaqueta azul, sai do portão interno que fica do lado direito e outro, calça azul e jaqueta azul, do outro portão, lado esquerdo. Marcham em direção ao centro, sempre ao som da marcha tocada pela banda, fazem umas firulas e param em frente ao oficial. Um representante de cada grupo de destaca, faz umas reverências e, então, está completada a “troca da guarda”. Ambos os grupos retornam aos seus respectivos portões, a banda ainda toca uma última música e está encerrada a solenidade. Interessante: alguns “seguranças”, de terno escuro, impedem que qualquer pessoa suba na calçada para se aproximar do gradil para fazer fotos mais de perto! Nem as crianças podem!

Bar Cordano
Dali resolvemos ir conhecer a “Plaza de Toros de Acho”, indicação de uma colega de Mary, que disse que é uma atração imperdível. Pedimos informações num bar e nos disseram que estávamos perto, era só atravessar uma ponte que chegaríamos lá. Aproveitamos que estávamos num bar e entramos para fazer nosso tradicional pit-stop, quando descobrimos que era o “Cordano”, um tradicionalíssimo bar limenho, antigo, com suas mesas de mármore e balcões de madeira. Saboreamos uma “causa limeña” (um purê de batatas mais firme enformado num aro circular e recheado com frango desfiado misturado com maionese e
causa limeña
ervilhas), uma “papa rellena” (um bolinho de batata recheado com carne moída e frito) e duas cervejas: uma Cristal e outra Cusqueña,l geladíssimas, tudo de bom, ainda mais com o calor que fazia! Pagamos 30 soles, com a propina.


No trajeto atravessamos o Parque de La Muralla, o qual fica situado ao longo de um pequeno trecho do rio de mesmo nome, que está sendo canalizado para a construção, a seu lado, de uma linha do metrô. Neste parque podem ser vistas ruínas de casas erguidas no início do século
Parque de La Muralla
17 e parte da muralha de pedras anterior a isto.


Atravessamos a ponte sobre o rio e chegamos ao distrito de Rimac. Caminhamos até outro parque, onde está o “Paseo de Águas”, um belo exemplo da arquitetura espanhola. Dali voltamos até achar a Plaza de Toros, que estava fechada para visitações... Resolvemos retornar até a estação central, só que atravessando outra ponte, esta com inúmeros camelôs vendendo de tudo: sapatos, gorros de lã, panelas, brinquedos, artesanatos e muito, mas muito mais, mesmo! 
Paseo de Águas


Continuamos na direção da estação e atravessamos uma “25 de março” (aquela, de São Paulo!) imensa: gente, gente, gente, camelôs, camelôs, camelôs, incrível! E assustador, também!
portal do bairro chinês
Passamos até pelo portal do bairro chinês, que não atraiu-nos nem um pouco... Depois de uma hora andando sem parar, no meio daquela multidão, finalmente chegamos a uma estação do BRT. Ali pedimos ajuda a outra pessoa, que prontamente “quebrou o galho”, carregou seu cartão com 4 soles que lhe demos e passou-nos pelas roletas!


Queríamos ir até o bairro “Barranco” onde, segundo as informações, é um local cheio de barzinhos e restaurantes, bem “descolado”. Saltamos numa estação que nos indicaram e estava ali um sorveteiro, num carrinho adaptado a uma bicicleta. Pedimos mais informações a ele, que era croata e falava inglês muito bem, nos indicou a “Ponte dos Suspiros”, mais na frente, e o mirante. Chegamos lá depois de andarmos uns 10 quarteirões e de nos depararmos com uma gravação de uma cena de um filme, onde 3 jovens, um deles armado com um revolver, abordavam outro, simulando um assalto... Quando paramos para assistir eles estavam finalizando aquela tomada. Não esperamos pela próxima e seguimos em frente.

A “Ponte dos Suspiros” não nos causou nenhum
Posada del Mirador
apelo, pois é de madeira, pequena e passa sobre uma vala seca... No mirante, com uma deslumbrante vista para o mar, sentamos no bar da “Posada del Mirador”, tomamos (mais) uma cerveja “Cusqueña” e uma água mineral (13 soles as duas!) e voltamos para a avenida principal do bairro, onde encontramos outra “Oficina de Turismo”. Ali pegamos um mapa da região e indicações de seus restaurantes.


Fomos até um supermercado comprar água mineral e, no caminho, entramos em alguns restaurantes, para dar uma olhada nos cardápios. Escolhemos o Roky’s: grande, meio modernoso, onde eu pedi um “lomo saltado a lo pobre” (tiras de filé mignon grelhadas com batatas e rodelas de bananas fritas, salada e um ovo estrelado) e Mary pediu uma chuleta com fritas (um bife bovino caprichado). Tomei uma cerveja “Cristal” e Mary uma Coca-cola, que estava incluída no “combo” dela. Também um pedaço de torta fazia parte e ela pediu uma de chocolate, bem razoável! Pagamos 48 soles, incluindo a gorjeta.
lomo saltado a lo pobre


chuleta com fritas
Saimos do restaurante e negociamos com um taxista para nos levar até a pousada, em Miraflores: ele queria 10 soles, ofereci 6 e acabei pagando 8... Ele nos deixou a umas 3 quadras de lá. Aproveitamos a caminhada para ajudar a fazer a digestão!

Já na Casa Bella, devolvemos o cartão do BRT, agradecemos e subimos. Tomamos um bom banho e, para “cair nos braços de Morfeu”, foi questão de minutos... 





5º dia: domingo, 30/03/2014, Lima, Punta Hermosa

Praia de Punta Hermosa
Para fazer um programa diferente, durante esta ida a Lima, reservamos um carro na Thrifty do aeroporto (modelo econômico, US$47.50 por 24 horas, seguro incluído, franquia de 200 km), com o objetivo de visitar umas praias a 40 km ao sul da cidade, onde os surfistas se encantam com as ondas que quebram por lá.

Depois do café da manhã, pedimos informações na recepção para irmos ao aeroporto de ônibus. A recepcionista marcou 2 lugares no nosso mapa e rumamos para o primeiro ponto indicado. Parou um ônibus onde estava escrito “Callao”, que é a cidade vizinha onde está localizado o aeroporto. Perguntamos se ia até lá e o cobrador nos disse que não. Uma senhora, que também estava no ponto, nos falou que nenhum ônibus ia, que teríamos que pegar uma “van” e que somente elas nos deixariam na porta do aeroporto.

Este sistema de transporte, utilizando “vans”, é muito praticado no Peru. São, na maioria, aquelas “Topics” (aqui muito usadas no transporte escolar), em más condições de conservação, onde um cobrador vai literalmente “pendurado” do lado de fora, gritando seus destinos, tentando arrebanhar passageiros... A passagem custa 2,50 soles, por passageiro. E, na medida em que caiba, vai gente até de pé! Na que tomamos, em determinado momento havia 22 pessoas “a bordo”, sendo que a capacidade do veículo é de 16 passageiros...

Depois de 1:20 de viagem, chegamos ao destino. Aproveitamos para realizar o check-in do voo para Cusco, que aconteceria no dia seguinte: menos uma coisa para fazer, já que iríamos devolver o carro no aeroporto, antes do voo e nunca se sabe como estará o trânsito naquele dia! Cartões de embarque na mão, fomos até o balcão da locadora que, na realidade, era a Hertz (nada contra!). A atendente preencheu vários formulários, eu os assinei e ela colocou a nossa disposição um Toyota Yaris sedan, automático, seminovo, melhor do que o “Hunday Picanto” que reservamos
Toyota Yaris
pela internet.

Acomodados a bordo e com um mapa que a atendente nos cedeu, partimos em direção a “Punta Hermosa”, a praia que havia visto umas fotos e que me agradou. O percurso, de 42 km, segue pela “Ruta Panamericana Sur”, pista dupla em cada sentido, pedagiada (3,50 soles). Ela vai margeando a costa, porém um pouco afastada. Quando vimos umas rochas no mar, ficamos atraídos e saimos da estrada para conhecer o local. Para nossa surpresa teríamos que pagar 6 soles para estacionar, o que achamos absurdo, pois só queríamos dar uma olhada no mar... Demos meia volta e retornamos para a “Ruta”. Outra surpresa: como havíamos saído da via, para voltar a trafegar nela tivemos que pagar o pedágio novamente (mais 3,50 soles!). Mais uns quilômetros e estávamos na “Punta Hermosa”. O sistema adotado pelos peruanos é o seguinte: se a praia não está num condomínio fechado, há, mesmo assim, uma cancela e o controle de entrada e saída de veículos são constantes.

Entramos, então, na área controlada (sem problemas), estacionamos e saltamos para dar uma volta a pé pela orla. Uma calçada acompanha quase toda a praia, que fica mais baixa. A água nos pareceu muito limpa e, onde paramos, muitas boas ondas e, consequentemente, muitos surfistas. Bom para recordar os velhos tempos, quando eu ainda praticava o surf!

Neste momento um rapaz passava pela calçada carregando sua prancha e eu, na maior “cara de pau” e usando meu “portuñol” fluente, perguntei-lhe se não se incomodava de me emprestar sua prancha para eu tirar uma foto com ela... Ele, prontamente, passou-a para minhas mãos e fiz uma pose para Mary “sacar uma foto”! Agradeci-lhe muito e perguntei como estava o mar, no que ele respondeu: “cresciendo!”, ou seja, as ondas estavam se tornando maiores e melhorando ainda mais! Agradeci novamente, devolvi a prancha e seguimos nossa caminhada ao longo da praia, pela calçada.

A partir deste momento, nuvens encobriram o sol e
aquela disposição de dar um mergulho foi passando... Propus a Mary que fôssemos para outra praia, a de “Señorita”, sobre a qual tinha lido a respeito de um restaurante de frutos do mar, o “Marcelo Seafood”. Ela concordou, pegamos o carro e nos dirigimos até ela, que é a próxima ao norte (5 minutos de viagem). Para entrar nesta tivemos que deixar um documento na guarita. Encontramos o restaurante, estacionamos o carro e descemos a pé até a praia, utilizando uma escadaria construída para isto.

Mary colocou os pés nas águas do Oceano Pacífico, eu também, mas havia muita sujeira (galhos, folhas) boiando, o que nos fez recuar e abdicar do banho de mar... Subimos a escadaria novamente e nos acomodamos no varandão superior do restaurante, porém uma música em volume alto que saía de uma caixa de som nos espantou para o pavimento térreo. Pedimos uma porção de iscas de peixe empanadas e fritas e uma cerveja (a recomendação do funcionário da Hertz que nos entregou o carro, quando lhe perguntei sobre a legislação peruana sobre beber e dirigir foi: “no más que una copa de viño!”). A atendente deixou em nossa mesa um recipiente com uma porção de milho torrado, que tem grãos grandes e que é muito consumido como o nosso amendoim, aqui.

Parque del Amor
Após saborearmos o milho, o peixe e a cerveja, pagamos a conta (32 soles), pegamos o carro e minha carteira de motorista de volta e retornamos para Lima. O trânsito estava ótimo e não tivemos dificuldades para encontrar o caminho de volta para a pousada. Estacionamos na rua (não há estacionamento na Casa Bella) e saimos para dar uma caminhada ao longo do calçadão que acompanha a orla de Lima. Passamos pelo farol (El Faro), pelo “Parque del Amor” e continuamos até o shopping Larcomar, novamente, onde comprei um livro sobre a culinária peruana.

Já era de noite e fomos até a “Calle de las
Calle de las Pizzas

Pizzas
”, a uns 5 quarteirões de onde estávamos. Há dezenas de pizzarias nesta rua, de um lado e do outro e, os garçons, só faltam te pegar “a laço” para você entrar no estabelecimento deles. Escolhemos o último, onde havia uma promoção: uma pizza família, de presunto ou mortadela, mais uma cerveja “Cusqueña” de 1,1 litro, por 35 soles. Resolvemos experimentar... Pedimos meio a meio, por sugestão da garçonete que nos atendeu. A pizza não era ótima e sobraram 3 pedaços, que pedimos para levar, no que fomos prontamente atendidos. Paga a conta (40 soles por causa de um copo de Coca-cola que Mary tomou), partimos para a pousada.

Quando chegamos, a recepcionista recomendou que estacionássemos na frente do estabelecimento, pois havia câmeras de segurança. Perguntamos a ela se seria possível tomarmos um pequeno café da manhã às 5:30 h, já que o plano era estar no carro, seguindo para o aeroporto, às 6:00 h. Ela disse que sim mas que teríamos que nos contentar com pão amanhecido, com o que concordamos... Pedimos a ela, ainda, se podia guardar os pedaços de pizza na geladeira, o que ela fez imediatamente. Subimos, tomamos “aquele” banho e fomos dormir, pois o dia seguinte iria começar bem cedo!

6º dia: segunda-feira, 31/03/2014, Lima, Cusco

Pontualmente às 5:30 h estávamos na sala do café da manhã. Havia um café fresquinho, cheiroso, porém nada de pão... Não tivemos dúvidas: pedimos para pegar nossa pizza na geladeira e “detonamos” os 3 pedaços, ainda gelados!

Na sequência subimos, pegamos as malas, agradecemos ao recepcionista por tudo e as ajeitamos no bagageiro do carro. E partimos rumo ao aeroporto! O trajeto já tínhamos visto no googlemaps: deveríamos seguir pela orla em direção ao norte e, em determinado momento, pegar uma avenida paralela a esta que chegaríamos no aeroporto.

trânsito em Lima
Como estava cedo, o trânsito fluía fácil. Paramos num posto de gasolina e completamos o tanque (52 soles por quase 4 galões) e perguntamos como deveríamos fazer. A atendente nos orientou para pegarmos a avenida à direita, seguirmos até um viaduto, o qual passa por baixo da avenida do aeroporto. Pronto! Estávamos no caminho correto! Só que o trânsito “engrossou” e levamos 40 minutos para percorrer os últimos 500 m! E, para contornar uma rotatória e pegar a pista que dá acesso à área ao estacionamento, foi uma “guerra”... O fluxo estava muito intenso e os motoristas não dão chance! Mas, com jeitinho, Mary sinalizando com a mão, quase pedindo pelo amor de Deus, conseguimos!

Para nossa surpresa o atendente da Hertz não estava lá. Mary seguiu com a mala dela até o balcão da empresa e, logo em seguida, ele apareceu. Fez a devida inspeção no carro e me deu um formulário preenchido para eu entregar no balcão. Chegamos lá, pagamos a conta e aproveitei para atualizar a atendente, Ana, com as informações sobre o pedágio na Panamericana, pois ela havia nos informado o valor errado. Despedimo-nos e fomos despachar nossa bagagem.

Pedimos à LAN para colocar uma etiqueta de “frágil” na minha mala, já que tinha uma garrafa de vinho dentro dela, o que foi feito. Seguimos para a sala de embarque (vôos nacionais...) e, após as inspeções de praxe pelo raio X, aguardamos mais uns 40 minutos para embarcar, utilizando, mais uma vez, a prerrogativa da minha “melhor idade”. Aprendemos mais uma coisa: “Preferentes” são os passageiros que viajarão na classe executiva ou são portadores de cartões platinum ou ouro; “Preferenciales” são os idosos, cadeirantes, pais com crianças...

A viagem dura 1:20 h e balançou um pouco em duas oportunidades, porém nada que atrapalhasse. Durante
Oficina de Turismo
o voo serviram um pacotinho de milho torrado salgado, água e suco. Desembarcamos em Cusco no horário previsto, 10:20 h, pegamos as malas e, no saguão, fomos até a “Oficina de Turismo”, onde conseguimos um mapa local. Na sequência fomos abordados por vários taxistas e por agentes de turismo nos oferecendo “pacotes” para Machu Picchu, etc.. Negociamos com um motorista, para nos levar até o hotel, por 50 soles, ao invés dos 60 que ele pediu (é um táxi “especial”, “oficial”, etc, etc...)

A pousada, “Intikahuarina B&B”, é simples e bem localizada e só um detalhe que não sabíamos: a recepcionista nos informou que para termos direito a calefação (aquecedor), temos que pagar mais 10 soles por noite. Não solicitamos e pagamos as 4 diárias (US$118), incluindo o café da manhã. Nosso quarto ficava no 2º pavimento. Subimos com as malas e, então, sentimos os efeitos da altitude da cidade, de 3.800 m acima do nível do mar: faltou ar! Como recomendado, deitamos e ficamos descansando por umas 2 horas, para o organismo começar a se acostumar com o ar mais rarefeito.

Após este período saímos para procurar algo para comer. Achamos um restaurante de onde vinha um aroma gostoso, de comida caseira, bem temperada. Estava cheio: famílias, estudantes, trabalhadores. Não tivemos dúvida: entramos e nos acomodamos, pois a fome aumentou... Pedi uma taça de vinho, um fetuccini a bolonhesa e Mary um “a francesa”, com presunto, ervilhas e creme de leite. Esperamos um bom tempo e, aí, vieram nossos pratos, enormes, muito bem servidos, saborosos! Era muito e nem conseguimos comer tudo...

fetuccini a bolonhesa
fetuccini a francesa
Catedral del Cuzco
Muito bem alimentados, fomos trocar dinheiro, comprar água e fazer uma caminhada de reconhecimento pelo centro histórico: a Plaza de Armas e a Catedral del Cuzco ficam numa região repleta de restaurantes e cafeterias, além, lógico, das vendedoras ambulantes de anéis, brincos e pulseiras de “prata”, que só faltam pedir “pelo amor de Deus” para comprarmos alguma coisa! Também são inúmeros os vendedores ambulantes de telas com pinturas “incas”, com idêntica vontade de te vender algo...


Depois voltamos ao B&B, pois Mary começou a sentir os efeitos da altitude, com uma pequena dor de cabeça, quase uma enxaqueca... Ela tomou umas gotas de dipirona e ficou deitada, quietinha, esperando tudo passar. Eu aproveitei o wi-fi e fiz umas pesquisas na internet, sobre atrações e locais a serem visitados. Já estava de noite e o almoço ainda não havia sido perfeitamente digerido, devido a grande quantidade de massa deglutimos... Resolvemos, então, que não iríamos sair nem comer mais nada: o melhor seria tomar banho e dormir. Foi o que fizemos...

7º dia: terça-feira, 1º/04/2014, Cusco

Levantamos um pouco mais tarde, neste dia, já que não tínhamos nenhum compromisso. Depois do café da manhã (café preto, leite, água quente para fazer chá, pão, manteiga e geleia de morango) voltamos para o quarto e enviamos uma mensagem para a agência de turismo, Qorianka Tours, onde tínhamos comprado, pela internet, nossa ida a Machu Picchu (translado de van até Ollantaytambo, +- 1:30 h, que é a cidade onde se toma o trem até Águas Calientes, + 1:40 h de viagem, onde se pega um micro-ônibus que leva os turistas até a cidade sagrada em meia hora, subindo uma estradinha de terra, estreita, onde só circulam estes veículos!) por US$230 cada passageiro, mas ela não respondeu.

Plaza de San Blas
A solução foi irmos até o centro, onde fica seu escritório. Mariela, proprietária, não estava, mas as duas atendentes encontraram nossa reserva e a imprimiram. Telefonaram para a empresa que faz o translado e informaram o hotel onde estávamos: marcaram, então, para 3:30 h da manhã (!) nos pegarem lá. Pagamos em dólares cash e continuamos nossa caminhada pelos arredores.  Seguimos até a Plaza de San Blas, onde outra igreja antiga está situada, bem como diversas pousadas e hostels, o que deu para perceber que é um local mais voltado para os mochileiros, que gostam de viajar e se hospedar onde podem compartilhar suas experiências e outras coisas mais.

confeitaria
Como é uma região de ladeiras, o sobe e desce nos despertou o apetite e já estava mesmo na hora de colocar algo no estômago. Achamos uma confeitaria, que nos pareceu daquelas “tradicionais”, com vários bolos e tortas expostos na vitrine: entramos, ocupamos uma mesa e pedimos 3 empanadas, sendo uma de carne, uma de queijo e outra porteña, esta recheada com carne moída, cebola picada e pimenta (!), além de um café espresso duplo para mim e uma limonada para Mary (15,50 soles, tudo).

Continuamos a andança pelas ruas estreitas da cidade e nossa meta era comprar os ingredientes para preparar o lanche que levaríamos para a excursão a Macchu Pichu no dia seguinte. Depois de muito caminhar e perguntar, encontramos o Orion. Nele adquirimos 2 caixinhas tetra-pack com suco de laranja, um vidrinho com ½ litro de chá sabor pêssego, um pacote pequeno com pão de forma integral, 200 g de queijo Edam fatiado e 200 g de presunto, também já fatiado e uma garrafa de 1 l de água mineral.

Praça Pumaqchupan
Quando resolvemos voltar para a pousada, ao passarmos em frente à praça Pumaqchupan, onde há uma queda d’água e um painel com um puma, símbolo da cidade, achamos o restaurante “La Cabaña”, muito bem arrumado e convidativo. Fomos até ele olhar seu cardápio e havia 4 pratos com trutas, ótima pedida para aquela noite. Conversamos um pouco com o gerente, que nos explicou cada prato e prometemos voltar.

infusiones
No hotel deixamos as compras, tomamos banho e saímos, rumo ao “La Cabaña”. Estava vazio, nos acomodamos e pedimos 2 taças de vinho branco, uma porção de maiz y queso (uma espiga de milho cozido acompanhada de uma fatia de queijo fresco local), uma truta grelhada para mim e outra a escabeche para Mary. Para terminar ainda tive direito a uma provinha do "Pisco infusiones", nada mais nada menos do que uma das inúmeras experiências que eles fazem no restaurante, colocando frutas ou ervas dentro de um garrafão com pisco, que deixam macerar por semanas, até que os sabores se mesclem. O que eu tive o prazer de provar era com cerezas (cerejas): delícia! O que podemos dizer é que comemos muito bem e pagamos 75 soles mais 10 de gorjeta pela conta.


De volta à pousada, pedimos para nos chamarem à 3 da manhã (mesmo assim programamos os celulares para tocarem, também...), perguntamos se era possível tomarmos um café naquela hora, o que nos atenderam prontamente. Preparamos os sanduiches, guardamos tudo na geladeira da cozinha e fomos dormir.

truta a escabeche

truta grelhada